quarta-feira, 9 de agosto de 2017

ODE ao BALDIO

Ilustração: Eva Armisén


pelo sulco do olho verte uma lágrima. ato ridículo e baldio como carta de amor nunca escrita. uma lágrima furtiva. rútila. apenas para edificar a dor: dar equilíbrio e resistência.

galhofeira, insiste em frente ao espelho; um tanto lânguida (vês?). amarra com arame as lacunas para estar assim: súbita e obscena. 

dedilhante, suprime o ar da palavra faz cardume de desejos em franca apnéia; divide o mar com arraias: heterônima e abandonada. cerzida e voadora.

depois, farpa os espaços por puro capricho. coloca a palavra deserto no meio da palavra água pelo prazer de ver tudo desandar. por delirar vítrea, viscosa e febril. 

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