domingo, 22 de março de 2015

PROJETO ESTÉTICO PARA DESVIRGINAR VAZIOS

projeto estético para desvirginar vazio

Foto: Clotilde Zingali    dez/2014


preciso de uma palavra para projetar. uma palavra para construir e representar ideias. uma palavra tijolo. preciso ainda  de uma palavra que sustente. uma palavra base. é mais do que organizar ou dispor as coisas com lógica e depois banhá-las em estética. preciso de palavra para desvirginar o vazio. palavra para fazer chão.

segunda-feira, 16 de março de 2015

TURBULÊNCIA

TURBULÊNCIA
FOTO: Clotilde Zingali    outubro/2014

de viés, vejo debruçado no tórax do homem o aparelho metálico. se me perguntasse, eu diria que, ainda que inexata, sinto agora estar um pouco mais demonstrável. aceito a ideia da mente como máquina de fazer relevâncias. no mais, sigo aberta e precipitada, exagero nas cores do que me anima e na amplitude do meu abandono. diria que ossos e músculos me carregam sob alcunhas diversas e que estou quase em paz. e se ele, o homem com o aparelho metálico debruçado no tórax perguntasse, eu diria que com mais ou menos ferrugem nos nervos, ainda sou volúpia e aconchego. fertilidade e seca. diria bem calma e pausadamente, que em cada palmo de mim o sol brilha e se apaga; que acato flores de cerejeira e revoadas de pássaros. aceito e acato o que chega e o que vai. procuro nas coisas vagas, cadência. mas se for preciso, eu brigo. ele, o homem, de olhos baixos talvez anotasse coisa qualquer no papel. talvez perdesse o sentido e caísse. o aparelho metálico debruçado em seu ombro também.

quinta-feira, 12 de março de 2015

PROSA DESARTICULADA EM SI MAIOR

arte gráfica: Estevão Teuber


PROSA DESARTICULADA EM SI MAIOR 


se de acaso em acaso respiro e transpiro, virada em palavra sigo dentro de um tempo que me soa agora mais determinado. em meio ao que me varre e assusta deparo com a ideia de esvair e secar. da profusão do mergulho na cheia da maré, da composição, da melodia e de juntar as coisas segundo um critério. em meio ao que me voa e assombra deparo com um olhar.  a beleza e o vazio de um olhar. no mais, mesmo que eu estranhe, talvez tudo seja leite derramado sobre natureza morta. choque e ausência de cor. vento e vertigem. se a vida é mesmo bobagem e irrelevância, liberdade e impotência, eu sigo. acho que viver é inspirar e seguir. 

se de acaso em acaso respiro e transpiro, virada em palavra sigo dentro de um tempo que me soa agora mais determinado. em meio ao que me varre e assusta deparo com a ideia de esvair e secar. da profusão do mergulho na cheia da maré, da composição, da melodia e de juntar as coisas segundo um critério. em meio ao que me voa e assombra deparo com um olhar.  a beleza e o vazio de um olhar. no mais, mesmo que eu estranhe, talvez tudo seja leite derramado sobre natureza morta. choque e ausência de cor. vento e vertigem. se a vida é mesmo bobagem e irrelevância, liberdade e impotência, eu sigo. acho que viver é inspirar e seguir. 

sexta-feira, 6 de março de 2015

SORTE




uma greta, uma fenda. um espaço em branco. não tem jeito: sou uma sorte de fragmentos. sequência de enigmas e ausência de paz. o propósito? escrever para evitar a renúncia.

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